terça-feira, outubro 25, 2005
15:56

Um texto roubado, pois esse merece.

EU ROUBEI ESSES VERSOS COMO QUEM ROUBA PÃO
:


Forcei muito no banheiro. Prisão de ventre. Força. Força. Força. E depois alÍvio indescritível. Tendo finalmente me encostado para descanso senti algo diferente em minhas costas. Algo além de minhas costas roçava nos azulejos. Algo meu que nunca esteve ali.
Levantei-me para entender o que estava acontecendo. Mirando o espelho descobri que brotara asas em minhas costas. Meu Deus. Forcei tanto que nasceram asas. Eu poderia ter entrado em pânico. Afinal de contas aquilo era um atestado de aberração. Cagar asas? E tão lindas. Brancas e puras. Sentia-me um anjo. Um verdadeiro anjo. Apenas sorri e limpei a bunda.
Queria voar.

(Samuel de Gois Martins) 15/10/2005



Quer conferir mais?
Todo tipo de texto piscótico e alucinógeno no link que fica do lado esquerdo, ali em baixo, chamado 10 centavos

Fábio Ricardo
segunda-feira, outubro 10, 2005
02:29

Vocês já devem ter notado a pop-up que eu coloquei no meu blog neh?
então. Eu voto 2 e gostaria que vc tb o fizesse. Mas a decisão é sua! Boa sorte pra todos nós!




Aqui vai um simples pedido. Não precisa ser seguido, não precisa ser aceito.
Mas se você acredita que o que eu falo pode ser de alguma importância, por favor, apenas leia e reflita.

Dia 23 tem referendo, tá, todo mundo já sabe.
Vote pode votar 1 para deixar que as compras de armas e munições possam continuar.
Ou você pode votar 2 e proibir as pessoas de comercializarem armas de fogo.

É chato proibir as pessoas de fazer as coisas. Caetano Veloso já disse "é proibido proibir".
Mas se você parar pra pensar, usar drogas não devia ser proibido, porque só faz mal pra UMA pessoa. E outras tantas coisas que atingem só quem toma a decisão, nenhuma delas devia ser proibida.

Agora, eu posso matar uma pessoa?
Não, é proibido!
E você acharia melhor que não fosse proibido?
Eu não acharia, porque essa pessoa que vai morrer pode ser eu.

O mesmo acontece com a comercialização de armas. A proibição sozinha não vai mudar o país, deixar o mundo mais seguro, claro que não.
E os bandidos vão continuar se armando, claro, eles são bandidos, não obedecem as leis.
Mas se você bate no carro de alguém, vocês discutem, ele tá dá um soco na cara e tudo termina assim. No máximo um nariz quebrado. Mas se ele tem uma arma, na raiva, no calor do momento, pode te matar.

E não se esqueça que atirar em alguém é proibido.
Pra você também. E mesmo que seja atirar num bandido que está dentro da sua casa. É crime. Ponto final.
Então, se você quer ficar andando com armas, ou quer ter uma em casa, para eventualmente usar, você já está se comparando aos bandidos que fazem isso todos os dias.

Então eu acho que no fundo, você também é um bandido.
E minha mãe me ensinou que não se deve andar com bandidos.
É proibido.
Então por favor, e eu te peço por favor.
Dia 23 vote SIM, vote 2.

DESARME-SE OU AFASTE-SE.
Porque eu não quero tomar um tiro de besteira.

Fábio Ricardo
domingo, outubro 02, 2005
22:58

A Academia Itapemense de Letras certifica que FÁBIO RICARDO DE OLIVEIRA participou do Primeiro Concurso de Contos, Poesias e Crônicas "O Pensador", classificando-se em 3º lugar com na Categoria Contos Adulto, com o conto "Mamãe!"


A premiação foi na noite desse sábado.
Quem quiser ler o conto, eu já tinha postado, mas aqui vai de novo:


Mamãe!
Fábio Ricardo – 27/07/05


Era nova, pequena. Linda em seu conjuntinho de moletom rosa. Brincava na praia com a raquete de frescobol na mão, mas sem nenhuma bolinha. Brincava de jogar a raquete para o alto e pegar de volta, girava com ela na mão, riscando a areia fofa da praia. Estava sozinha, parecia não haver ninguém por perto.
Ela, em sua inocência, não sabia que devia ficar sempre perto de seus pais, mesmo que fosse apenas para brincar na areia da praia. Estava frio, muito frio naquele dia, e por isso estavam lá na rodinha dos adultos, tomando chimarrão e conversando sobre coisas de adultos, para se esquentar. Ela não gostava daquele mate amargo, preferia se esquentar no sol. O sol era quente, amarelo, bonito, brilhante. Trazia vida, trazia felicidade para a jovem menininha. Ela podia ouvir ao longe o dedilhar do violão que tocava no velho rádio dos pais, com uma canção que falava sobre a lua. Ela não gostava da lua. Talvez viesse a gostar mais tarde, quando fosse uma jovem enamorada a olhar para o céu durante a noite. Mas agora, ela não gostava da noite. Só servia para dormir, descansar enquanto os mais velhos jogavam cartas e assistiam televisão.
Jogou alto a raquete, que caiu alguns metros adiante. Correu para apanhá-la e viu um homem segurando um alto suporte branco de madeira, com dezenas de algodões doces, de todas as cores. Rosa, azul, verde, branco. O rosa era o que mais a atraía, pois combinava com o seu conjunto de calça e moletom rosas, presente de mamãe. Correu atrás do homem que entrava numa rua, saindo da praia.
Olhou para trás enquanto corria e pensou em chamar sua mãe para comprar um algodão doce para ela, mas definitivamente não daria tempo. Ela ia precisar correr atrás do homem e chamá-lo, então ele iria junto com ela até seus pais, que lhe dariam dinheiro em troca do doce pedido pela menina, que prontamente se realizaria, como tantas vezes havia acontecido na praia, principalmente durante o verão.
Dobrou a esquina e correu atrás do homem, que já estava razoavelmente longe. Largou a raquete no chão e correu mais, decidida a alcançá-lo. Por um instante pensou que o homem mulato e mal vestido que levava as guloseimas para longe dela estava fugindo. Ele pareceu ter olhado para trás uma ou duas vezes, espiando sobre o ombro em direção à garotinha. Então, se ele já a tinha visto, por que não parava?
Isso! Ele está parando! Ele diminuiu o passo e entrou num prédio, um prédio em construção. A menina acelerou o passo e conseguiu chegar logo depois na mesma obra, saltou sobre umas tábuas que estavam jogadas no chão e viu apenas as pernas do rapaz subindo uma escada interna, indo para o segundo piso.
Subiu atrás dele, e ao chegar ao novo piso, não conseguiu vê-lo. Mas o que mais importava, ela enxergou. O comprido bastão branco cheio de furos, com doces pendurados por todos os lados, estava apoiado no chão, próximo de uma pilha alta de tijolos, no meio do segundo andar. Ela caminhou até lá, chamando pelo “moço” para pedir um daqueles algodões doces, mas ele não respondia.
Enfeitiçada pela saliva que já estava em sua boca, antecipando o gosto doce da guloseima, passou reto pela pilha de tijolos e nem viu o homem que se escondia atrás dela. Sentiu apenas as mãos firmes e calejadas tocando seus ombros, e logo em seguida tapando sua boca. Não soube por que, mas teve vontade de gritar, mas sua voz não saiu. Olhou assustada para o homem, que a puxava e empurrava com tanta força, tanta rigidez, mesmo que ela não reagisse, pois não sabia ainda o que estava acontecendo, não conseguia entender.
Teve a boca tapada e não conseguia gritar mesmo com a dor rompante que explodiu pelo seu corpo, não entendi o que acontecia, mas não podia fazer nada, pois estava presa e emudecida pelo corpo grande e forte do homem, que já tinha despido sua calça do moletom. Sentiu dor, e sentiu uma dor tão forte, que nunca tinha sentido. Por instantes ela ficou imóvel, como se estivesse desmaiada, mas ainda conseguia sentir, apenas não conseguia se mover.
Quando a dor cessou, ainda demorou alguns instantes para que ela pudesse recobrar completamente a consciência. O homem não estava mais ali, nem mesmo o algodão doce que carregava, com tantas cores e sabores, podia ser visto. Ela via apenas tábuas de madeira, telhas e tijolos. E não ouvia nada além de um zumbido constante em seus ouvidos, e algumas vozes à distância.
Por algum motivo, as vozes chamaram sua atenção. Esqueceu de tudo por um instante, e prestou atenção apenas às vozes. Reconheceu a voz calorosa de sua mãe, mas agora ela não estava doce como normalmente era, nem ríspida como ficava quando a pequena fazia algo errado. Era a mesma voz que tinha ouvido uma vez, quando caiu do alto de uma árvore, no chão do quintal de sua casa. Uma voz de medo, pavor.
- Mamãe... – sussurrou baixinho, mesmo querendo gritar.
Arrastou-se pelo chão de cimento sujo, com as perninhas magras e claras, despidas de roupa, se sujando na poeira do local, e arranhando-se com pedras e pregos soltos pelo caminho. Não sentiu dor, porém. Apenas queria seguir a voz de sua mãe.
- Mamãe. – dessa vez a voz já saiu normalmente.
Arrastou-se até a beirada da construção, olhando em direção à praia, e viu sua mãe, seu pai e uma tia. O pai segurava sua raquete na mão.
- Mamãe!! – o grito chegou aos ouvidos da família, que correu ao seu encontro.
Em sua casa, o assunto virou tabu, e nunca mais se falou sobre isso. Aos 24 anos, já fazia pelo menos 15 anos que ninguém relembrava o fato. Nunca se falou sobre isso na família. Mas ela, a pequena garota, agora já adulta, do mesmo jeito, acordava todas as manhãs suando frio, e com o mesmo gosto amargo de duas sílabas na boca:
- Mamãe!

Fábio Ricardo

[início]

PERFIL
Fábio Ricardo
24 anos
Jornalista
Editor Assistente da Mundi Editora
Baixista da banda Fodzillas
Corredor de rua amador
Blumenau - SC

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